Contratado com recursos
repassados pela Câmara de Vereadores à prefeitura, o Plano de Mobilidade Urbana
Sustentável do município (PlanMob Londrina) começa a ganhar forma e identidade.
Uma síntese dos principais aspectos que devem embasar o Plano foi apresentada
na sessão desta quinta-feira (24) pela arquiteta Denise Ziober, diretora de
Trânsito do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) e
pelo engenheiro Thiago Affonso Meira, gerente da Logit Engenharia. Além do
PlanMob que deverá ser finalizado ainda este ano, o contrato com a empresa
prevê a entrega de dois outros produtos até março de 2020: estudo específico da
área Central de Londrina e a revisão para adequação da rede de transporte
coletivo.
Considerado um dos instrumentos essenciais no processo
de planejamento urbano, o Plano de Mobilidade é uma exigência da lei federal nº
12.587/2012 (Política Nacional de Mobilidade Urbana) e pré-requisito, segundo
Denise Ziober, para que o Município possa pleitear recursos destinados a investimentos
na área. Ainda de acordo com a diretora do Ippul, o Brasil é signatário de
acordos internacionais que defendem atenção prioritária para o transporte
público e não-motorizado, tendo em vista a questão ambiental. "O objetivo do
plano é melhorar a mobilidade, encurtar distâncias e por isso ele (PlanMob) tem
íntima relação com as leis de Uso e Ocupação do Solo e do Sistema Viário",
informou Ziober adiantando que as novas diretrizes deverão impactar em mudanças
na legislação vigente. E concluiu: "Nosso compromisso técnico é entregar o
Plano de Mobilidade até dezembro para que vocês (vereadores) iniciem as
discussões".
Diagnóstico Contrariando uma tendência mundial para
a melhoria da mobilidade e apresentando uma realidade diferente de cidades do
mesmo porte, as estatísticas apuradas pela empresa Logit mostram uma realidade
difícil para o transporte público em Londrina. Dos 823 mil deslocamentos
realizados diariamente pelos londrinenses, apenas 19% ocorrem por meio de
transporte coletivo; 24% são viagens não motorizadas (bicicleta e a pé) e 57%
realizadas com transporte individual (2% por meio de táxis e aplicativos e 55%
com carros ou motos). Os dados informam ainda que a população de baixa renda
possui menor mobilidade e constata como uma das causas o "crescimento espraiado
da cidade que tornou o atendimento por transporte público complexo, em especial
pela população de baixa renda que vive em locais mais afastados".
As pesquisas também permitiram identificar diversos
pontos de gargalo para o transporte privado; as oportunidades das ciclovias; as
limitações impostas pelo relevo natural da cidade e o impacto do envelhecimento
da população nos deslocamentos futuros. O diagnóstico tem como base a Pesquisa
Origem Destino realizada em 2019, que reuniu dados de mais de 21 mil
entrevistados com informações sobre a quantidade e os motivos dos deslocamentos
(trabalho, lazer, estudo ou outro), além de horários de maior demanda pelo
transporte. Foram visitados ainda mais de 11 mil domicílios, para se chegar a
uma amostra válida de 5 mil residências.
O gerente da Logit, Thiago Meira, informou que concluída
a realização das entrevistas, a fase agora é de diagnóstico e prognóstico,
seguida da apresentação do Plano de Mobilidade e posteriormente dos projetos
específicos. A empresa trabalha com o planejamento para o horizonte de 20 anos.
"Nosso objetivo, além de apresentar possíveis soluções é capacitar outros
profissionais para resolver eventuais problemas de mobilidade de acordo com as
diretrizes estabelecidas no PlanMob", disse Meira.
Recursos - Em 2017, lei de autoria da Mesa Executiva
do Legislativo (lei nº 12.623/2017) autorizou a liberação de R$ 3,6 milhões do
Fundo Especial da Câmara (FEC) para custeio das despesas decorrentes da
elaboração do Plano de Mobilidade Urbana de Londrina.
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