A convite da Comissão de Segurança Pública, motoristas de aplicativos de transporte estiveram na sessão ordinária da Câmara Municipal de Londrina desta quinta-feira (27). O representante do grupo, João Paulo Fernandes de Lima, cobrou mais segurança para o trabalho dos condutores. Ele relatou que entre o meio-dia do domingo de carnaval até as 4 horas de segunda-feira, sete motoristas de aplicativos foram assaltados em Londrina.
Lima relatou que, após os assaltos, os aplicativos somente repassam informações das corridas aos condutores mediante ordem judicial, o que deixa os condutores inseguros. "O nosso maior problema é a plataforma que está deixando a desejar nessa situação da nossa segurança", reclamou em entrevista concedida à equipe de Jornalismo da Câmara.
O representante dos motoristas cobrou mais rigor no cadastro dos passageiros, com medidas que, segundo ele, já são adotadas em relação aos condutores. "Os aplicativos têm uma segurança extrema a favor do passageiro. Quando solicita [a corrida], ele vê a foto do motorista, qual é o carro, o modelo, a placa, o tempo que o condutor tem de trabalho, quantas corridas ele já fez e qual sua avaliação. Quando a solicitação de corrida cai pra nós, a 99 mostra no mapa onde a pessoa está e para onde vai, além da nota dela [dada pelos motoristas]. A Uber só diz um bairro próximo de onde a pessoa vai. Você fica à mercê", argumentou.
O presidente da Comissão de Segurança Pública, vereador Jamil Janene (PP), ressaltou o papel da Câmara na cobrança das empresas de aplicativos e das autoridades e em defesa dos trabalhadores e usuários. "A gente viu que existia muita reclamação dos motoristas, inclusive na imprensa, e a gente abriu as portas para eles falarem. A comissão vai ficar à disposição no que precisar, em relação à segurança dos motoristas e dos passageiros", afirma.
O serviço de transporte por aplicativo em Londrina foi regulamentado por decreto municipal em março de 2019, porém as principais plataformas não se cadastraram no Município, como determina o ato normativo. Os motoristas também dizem que os escritórios locais das empresas não atendem questões relacionadas à segurança.
Os motoristas organizam uma manifestação para esta sexta-feira (28). O grupo pretende se reunir às 13 horas no estacionamento do Autódromo Ayrton Senna e seguir em carreata até a avenida Higienópolis, onde fica o escritório da 99, um dos aplicativos de transporte utilizados pelos condutores.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da 99 informou que a empresa está aberta ao diálogo com o Poder Público, motoristas e sociedade para contribuir com a segurança pública de Londrina. Afirma também que a segurança é prioridade antes, durante e depois das corridas e que o aplicativo investe continuamente em sistemas preventivos, ferramentas de proteção e atendimento imediato. A 99 relata que, como formas de prevenção antes das chamadas, a companhia mostra aos motoristas informações sobre o destino final, a nota do passageiro e se ele é frequente, além de exigir que todos os passageiros incluam CPF ou cartão de crédito. Durante o trajeto, ferramentas como câmeras de segurança e compartilhamento de rotas estão disponíveis e, depois das viagens, uma central telefônica 24 horas para emergências oferece apoio imediato em caso de necessidade, de acordo com a empresa.
A equipe de jornalismo da Câmara de Londrina também entrou em contato com a assessoria de imprensa da Uber. Leia a seguir a íntegra da nota enviada pela empresa:
Segurança é prioridade para a Uber e a empresa está sempre buscando, por meio da tecnologia, fazer da sua plataforma a mais segura possível, de uma forma escalável. Hoje uma viagem pelo aplicativo já inclui ferramentas de segurança antes, durante e depois de cada viagem, tanto para os usuários quanto para os motoristas parceiros.
Antes
O aplicativo exige do usuário que quiser pagar somente em dinheiro que insira o CPF e data de nascimento, dados que são checados na base de dados do Serasa [1]. A ferramenta que faz essa verificação, denominada U-Check, foi anunciada em 2019, como primeiro projeto entregue pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico instalado pela Uber em São Paulo - o primeiro da empresa na América Latina, com foco em segurança.
A informação sobre essa opção de pagamento também é exibida na tela do aplicativo de quem está atrás do volante antes que o usuário entre no carro, assim como a região do destino final e a nota do usuário no aplicativo. Também está em teste em Brasília a opção do aplicativo em que o motorista pode escolher não receber chamadas para viagens com pagamento em dinheiro.
Além disso, a Uber utiliza no Brasil o recurso de machine learning. Esta ferramenta usa algoritmos que aprendem de forma automatizada a partir dos dados e bloqueia as viagens consideradas potencialmente mais arriscadas, a menos que o usuário forneça detalhes adicionais de identificação. O aplicativo da Uber permite ainda que solicitações de viagens sejam canceladas por motoristas parceiros sinalizando motivo de segurança quando não se sentirem confortáveis.
Durante
Na Uber, todas as viagens são registradas por GPS. Usuários e motoristas sabem que há registro das viagens. Caso aconteça uma parada longa e não prevista na rota, a Uber pode iniciar uma checagem e enviar uma mensagem para o motorista parceiro e o usuário perguntando se é necessário algum suporte e direcionando-o às ferramentas de segurança.
Desde 2018, tanto o aplicativo do usuário quanto dos motoristas parceiros foram atualizados com o lançamento do botão Recursos de Segurança, que reúne todas as funções de segurança da plataforma. Assim, ao longo do trajeto, usuários e motoristas parceiros podem
compartilhar a sua localização e o tempo de chegada em tempo real com quem desejarem. O recurso também oferece a opção de ligar para a polícia em situações de risco ou emergência diretamente do app.
Depois
Em todas as viagens, tanto os motoristas parceiros quanto os usuários estão cobertos por um seguro da Uber para acidentes pessoais. Usuários e motoristas podem e devem avaliar um ao outro depois de cada viagem, de forma anônima. Uma equipe monitora essas informações e
pode banir da plataforma usuários ou motoristas que tiverem uma média baixa de avaliações ou conduta que viole os termos e condições de uso ou o código de conduta da comunidade, como por exemplo, comportamento inapropriado ou perigoso.
Os motoristas parceiros contam ainda com um número de telefone 0800 para registrar casos de emergência e solicitar apoio da Uber depois que tiverem comunicado às autoridades e estiverem em segurança.
Medidas recentes
Com o objetivo de prevenir que pessoas mal intencionadas usem o aplicativo, a Uber começa a implementar um projeto-piloto do Doc Scan no Chile. Por meio dele, usuários que não adicionarem meios de pagamento digitais no cadastro ou antes de realizar uma viagem serão
solicitados a submeter um documento de identificação, que terá dados e autenticidade verificados. O recurso chega ao Brasil no primeiro semestre de 2020.
Gravação de áudio - Motoristas parceiros e usuários passarão a ter em breve opção de gravar o áudio de uma viagem por meio de um botão na Central de Segurança do app, antes ou durante a viagem, em algumas regiões. Concluída a viagem, se desejarem informar algum problema, podem também encaminhar o arquivo de áudio para a Uber. O conteúdo, criptografado, fica armazenado no telefone de quem efetuar a gravação, mas só a Uber tem acesso - se o arquivo for compartilhado com a empresa. O arquivo enviado ao suporte em caso de necessidade pode ser utilizado em investigações ou compartilhado com as autoridades, nos termos da lei.
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