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15/07/2020 - 19:46:00

Câmara debate uso de medicamentos no tratamento precoce de covid-19

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As comissões de Seguridade Social e de Administração, Serviços Públicos e Fiscalização da Câmara de Londrina coordenaram, na tarde desta quarta (14), reunião pública com pesquisadores e médicos para debater a "Covid-19 em Londrina: diagnósticos, protocolo de atendimento e número de mortes". Durante três horas e meia, os participantes discutiram principalmente a possibilidade de adoção de um protocolo de atendimento no estágio inicial da doença, com a prescrição de medicamentos como ivermectina e cloroquina, após o aparecimento dos primeiros sintomas. Não há até o momento consenso sobre a eficácia dessas medicações para o tratamento do novo coronavírus, mas o tema ganhou repercussão após a divulgação de vídeos em que médicos defendem o uso visando a evitar a evolução da covid-19 ou mesmo como profilaxia (prevenção). Em alguns municípios, entre eles Paranaguá, no litoral do Paraná, a prefeitura adquiriu milhares de comprimidos de ivermectina e anunciou que distribuirá doses à população.


Presidente da Comissão de Administração, o vereador Vilson Bittencourt (PSB) ressaltou a complexidade do assunto e afirmou que provavelmente sejam necessárias novas reuniões sobre o tema. "É possível que a gente convoque outra reunião. Todas as pessoas convidadas possuem alto conhecimento do tema, não obstante as divergências. Vamos conversar para fazermos uma nova rodada de reunião, para que profissionais que estão no chão nas unidades de atendimento possam participar", disse. Além de Bittencourt, estiveram no encontro os vereadores Amauri Cardoso (PSDB), vice-presidente da Comissão de Administração; Estevão da Zona Sul (PL), membro da comissão; João Martins (PL), presidente da Comissão de Seguridade Social; e Ailton Nantes (PP), presidente da Câmara.


Convidado para a reunião desta quarta, o médico ginecologista Laércio Ceconello, plantonista da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Jardim Sabará, integra um grupo de médicos do Paraná que defende a instalação de protocolo de tratamento precoce da covid-19 com o uso de drogas já disponíveis para outras doenças, dentro de uma estratégia conhecida como "reposicionamento de fármacos". A UPA do Sabará é referência para atendimentos a casos graves de covid-19 em Londrina. Segundo Ceconello, que afirmou tomar cloroquina como prevenção, vários médicos têm observado resultados positivos com a aplicação precoce de cloroquina e ivermectina nos pacientes atendidos. Em sua avaliação, a gravidade da doença e a rapidez com que se espalha não permitem esperar por uma "evidência científica indubitável". 


A afirmação foi contestada pelos outros profissionais que participaram da reunião: a professora Nilza Maria Diniz, professora do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e que integra o Comitê Mundial Emergencial de Ética para a Pandemia da Covid-19; e o médico Ronaldo Campos Hallal, infectologista da Santa Casa de Porto Alegre e membro do Comitê da Sociedade Riograndense de Infectologia para Covid-19. De acordo com eles, indicações desses remédios são divulgadas sem evidências científicas de benefício.


Ceconello defende o tratamento ainda na Fase 1 da doença, que ocorre entre o primeiro e o quinto dia de sintomas e é quando o vírus está se multiplicando. De acordo com ele, na Fase 2 (do quinto ao décimo dia) o paciente já pode ter indicação de internação e na Fase 3, após o décimo dia de sintomas, há um processo superinflamatório, quando o tratamento com cloroquina já não apresenta benefícios. "Todos os trabalhos negativos da cloroquina foram nesta Fase (3). Todos os trabalhos de primeira fase são positivos. A imprensa só noticia os trabalhos feitos na última fase", afirmou. Segundo ele, o estado do Amapá iniciou o tratamento precoce de pacientes e no dia 11 de julho apresentava a quarta menor taxa de letalidade do país (1,51% mortes por total de confirmados), com 474 óbitos, apesar de contar com taxas baixas de leitos de UTI, tomógrafos e profissionais de saúde por habitante. "Londrina está com uma letalidade de 4,5%. Por que Londrina tem letalidade três vezes maior que a do Amapá, um estado que não tem absolutamente nada?", questionou.


Segundo o médico infectologista Ronaldo Campos Hallal, não há como comparar de forma simples os números de Londrina com o de outros municípios e estados, pois há variáveis que devem ser levadas em conta, como o número de testes feitos na população. "Se Londrina testa muito, vai ter uma mortalidade maior do que um município que testa pouco", disse. Em sua avaliação, também seria precipitado atribuir uma relação de causa e efeito entre o uso de um kit de medicamentos e um baixo número de mortes. "Se a doença evolui para cura em 90% das vezes, como afirmo que a melhora de um paciente deve-se ao medicamento?", ponderou. Ele ressaltou ainda que a Universidade de São Paulo (USP) reproduziu pesquisa com o vermífugo ivermectina em células infectadas e cultivadas em laboratório. O resultado, porém, apontou a ineficácia do medicamento no combate ao vírus, diferentemente do que havia mostrado um estudo australiano anterior.


A pesquisadora Nilza Diniz enfatizou que é preciso seguir diretrizes internacionais de pesquisas, que incluem não só estudos in vitro como diversas fases de avaliação do medicamento no organismo humano. "Eu queria muito que já tivéssemos um medicamento eficaz, mas não temos. Esses medicamentos são utilizados para outros propósitos, o que se quer é fazer o reposicionamento de utilização desses farmácos e para isso é preciso desenvolver pesquisas", afirmou.


Realidade em Londrina – Também presente na reunião, a diretora-geral da Secretaria Municipal de Saúde, Rosilene Machado, afirmou que o município tem acompanhado os estudos e as observações feitas no país. Ela afirmou que o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou a prescrição da cloroquina pelos médicos. "Não é uma situação confortável para ninguém. Mas estamos ouvindo a todos e tentando achar formas de melhorar. Por isso tivemos o cuidado de disponibilizar essas medicações, aguardando um refinamento de proposituras das classes e das instituições de ensino e pesquisa", disse.



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